Distrito Azambuja: a revitalização

ago 14, 2017
Rubia Marchi

Distrito Azambuja: a revitalização

Qualquer morador de Brusque já ouviu falar da Rua Azambuja. Os residentes mais jovens talvez não a conheçam efetivamente, mas certamente já ouviram histórias de seus pais e avós, sobre os tempos prósperos de comércio têxtil e turístico que aqui aconteceram. Digo aqui, porque a Cota7 nasceu e está situada na Rua Azambuja. E hoje a gente pede licença para nossos colegas arquitetos e urbanistas pra falar um pouquinho sobre o projeto Distrito Azambuja.

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Figura 1- A Rua Azambuja da década de 90

Fonte: Distrito Azambuja, IAB, 2017

No dia 22 de junho foi apresentada à comunidade, em dois momentos distintos, a proposta de revitalização e ressignificação da Rua Azambuja. Pela manhã, o IAB Núcleo Brusque, apresentou o estudo aos moradores que compareceram à Praça da Rua Azambuja e ouviram as sugestões e necessidades dos mesmos. No segundo momento, a apresentação ocorreu no Teatro de Azambuja, sob os cuidados do arquiteto Karol Carminatti, que em conjunto com as arquitetas Elaine Knihs e Gisele Vanelli, compõem a equipe de desenvolvimento do projeto.

A iniciativa surgiu de uma parceria entre o IAB de Brusque e a AMPEBr, e tem por objetivo principal recuperar o fluxo de pessoas que aqui existia, seja por meio de turismo e lazer, seja por meio de pequenos negócios. As propostas apresentadas buscam melhorar a utilização do espaço público, desde a via principal, até as calçadas e áreas que parecem esquecidas, possibilitando uma melhor conexão entre o Centro de Brusque e a Rua Azambuja.

O estudo levou cerca de um ano para ser concluído, uma vez que todos os aspectos físicos, sociais e econômicos do entorno, foram levados em consideração. É necessário que isto seja destacado, para que se entenda a complexidade deste tipo de estudo que é fundamentado em dados coletados em campo e assim sendo, reflete a realidade local, sem distorções.

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Figura 2 – O Diagnóstico

Fonte: Distrito Azambuja, IAB, 2017

Dentre as propostas, pode-se destacar:

  • a criação do Distrito Azambuja, uma entidade que funcione como uma “Prefeitura Local” e dê mais autonomia ao bairro, agilizando pedidos de melhorias e reclamações e/ou sugestões dos moradores;
  • a repaginação das fachadas dos edifícios;

3Figura 3 – A revitalização das fachadas: atual

Fonte: Distrito Azambuja, IAB, 2017

4Figura 4 – A Revitalização das fachadas: proposta

Fonte: Distrito Azambuja, IAB, 2017

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Figura 5 – A Revitalização das fachadas: atual

Fonte: Distrito Azambuja, IAB, 2017

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Figura 6 – A Revitalização das fachadas: proposta

Fonte: Distrito Azambuja, IAB, 2017

  • o alargamento dos passeios para 1,80m, a fim de criar espaços públicos para bicicletários, pequenas praças nos passeios (parklets), recuos adequados e mais seguros para manobras dos ônibus;
  • novas praças, uma vez que em toda a extensão da Rua, existe apenas uma;

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Figura 7 –  Centro Comercial Schulenburg: atual

Fonte: Distrito Azambuja, IAB, 2017

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Figura 8- Centro Comercial Schulenburg: proposta

Fonte: Distrito Azambuja, IAB, 2017

  • a revisão do Plano Diretor Municipal, a fim de limitar a altura de edificações em até 4 pavimentos, para que não seja descaracterizada a paisagem de vale;
  • a preservação da vegetação de vale no entorno da Rua;
  • a instalação de um teleférico, que conecte o espaço Schlösser às proximidades do Santuário de Azambuja, em uma tentativa de aquecer o turismo na região;
  • a criação do “Caminhos da Fé”, um passeio a pé, com as passagens da Via Crucis, que conecte a Igreja Matriz ao Santuário de Azambuja, destacando novamente a importância religiosa da região para o município;
  • o incentivo ao uso de telhados verdes;
  • a criação de estacionamentos verticais.

Boa parte das ideias apresentadas são viáveis de se executar em curto prazo, desde que seja possível contar com o apoio de entidades privadas, bem como da Prefeitura Municipal. Outras ideias demandam um pouco mais de tempo, quer seja devido aos processos burocráticos que serão necessários para implementação das propostas, quer seja pela necessidade de levantamento de capital de investimento.

O estudo teve boa aceitação dos moradores que compareceram à reunião e será discutido em outras oportunidades, tanto com a comunidade, quanto com os órgãos competentes. Mas ver o engajamento dos profissionais e das entidades envolvidas durante a apresentação da proposta é no mínimo contagiante e inspirador.

O próximo passo é iniciar o levantamento de investimentos necessários para viabilizar a implantação das ideias e também de todos os trâmites burocráticos junto aos órgãos competentes.

Novas reuniões serão agendadas e os convites serão divulgados aqui no blog e na nossa página do Facebook. Fiquem ligados!